Acomodação no otimismo – e por diferentes motivos em cada setor
O Índice de Confiança do Agronegócio fechou o 4º trimestre de 2020 em 121,4 pontos. Apesar da queda de 5,6 pontos em relação ao levantamento anterior, os ânimos do setor mantiveram-se em patamares altos. Todos os segmentos pesquisados perderam confiança, mas cada um por seus próprios motivos.
Os produtores agrícolas, por exemplo, foram influenciados diretamente pela irregularidade climática observada no fim de 2020, que fez o plantio da safra de verão ser o mais atrasado da história. No caso das agroindústrias, para algumas o aspecto preponderante foi a desvalorização do real, enquanto para outras o aumento dos custos das rações pesou mais.
Desta vez, não foi a avaliação sobre a economia brasileira que determinou a maior parte da variação do índice – diferentemente, portanto, do que se tornou comum nos últimos anos. Não se pode ver no atual recuo da confiança uma tendência de queda para 2021. Era de esperar que houvesse uma retração em relação ao terceiro trimestre de 2020, quando o indicador alcançou o melhor resultado da série histórica. Mesmo assim, esta foi apenas a terceira vez que o indicador fechou acima de 120 pontos – as duas ocasiões anteriores foram no 3º trimestre do ano passado (127,0 pontos) e o 4º trimestre de 2019 (123,8 pontos).
De acordo com a metodologia do estudo, índices acima de 100 pontos situam-se na faixa considerada otimista – resultados inferiores a isso denotam pessimismo.